198? - Agosto, Vila Flôr, Trás-os Montes: entrámos numa quinta, parecia deserta. Perto da casa, apareceu um senhor, ainda jovem. Tomava conta da quinta. Nós gostaríamos de comprar vinho daquela região. Ainda não estava na época, mas que entrássemos. Seguimo-lo. O senhor pegou em duas garrafas, pô-las dentro de um saco e ofereceu-nas. Agradecemos. À saída ainda encheu um saco de maçãs.
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No mesmo mês de Agosto, Vila Nova de Mil Fontes: chegámos tarde ao parque de campismo, montámos a tenda. Quatro da tarde e estávamos cheios de fome. Apercebemo-nos, pelo cheiro que, mesmo ao lado do campo, havia uns quiosques com comida. Fomos lá e, sem muitas explicações, mandaram-nos sentar e servir-nos do que estava na mesa. Trouxeram-nos pratos, talheres e perguntaram-nos o que queríamos beber. Bem, lá comemos e bebemos e, entretanto, descobrimos que estávamos no final de uma mostra gastronómica de caldeiradas de peixe. No final, desejaram-nos uma boa estadia. As caldeiradas estavam todas uma delícia!
199?, Sábado de manhã, Lisboa, Chiado, parquímetros para pôr moedas e, apenas uma nota de 500 escudos na carteira. Olho em volta mas nenhum café para trocar dinheiro. Aproximo-me do parquímetro e pergunto a um senhor se me trocava a nota. O senhor abriu a mão, com bastantes moedas e disse:"-- Tire as que quiser!" Insisti, para trocar a nota, mas em vão. O senhor justificou que gastava bastante dinheiro em estacionamento, todas as semanas que aquele que ele me estava a dar não lhe iria fazer diferença.
A estes desconhecidos só me resta agradecer a lição de vida que me deram ...
1 comentário:
Há um verso de Eugénio de Andrade que me ocorre muitas vezes: "quanto mais te dava, mais tinha para te dar."
A dádiva é o bom exemplo da soma positiva (em que todos ganham).
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